segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

-            the end (?)

"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte,
não temerei mal algum, pois sou o mais temido do vale."
Sócrates
Como se pequenos pedaços de mim fossem levados para longe, a melancolia se arrasta por minhas memórias em ruínas. Sinto como se todas as palavras existentes não pudessem quebrar esse profundo silêncio que se instala nestes cômodos abandonados. Não há nada além de solidão, não há nada suficiente para preencher esse vazio ao meu redor. Com o passado eu posso lidar, mas não posso lidar com a morte. Não posso compreender a inexistência, o fim ou até mesmo um adeus. É irracional que eu sinta que elas ainda continuam aqui e a certeza que eu tenho que elas nunca poderão voltar deturpa meus pensamentos mais coerentes. Não consigo acreditar que toda vez que eu abrir os olhos ele nunca vai estar lá. Intorpecente que chega a ser assustador. Quando sinto vontade de gritar, as lágrimas caem. Mas não consigo proferir qualquer palavra porque não há nada mais para se dizer. Saber que não há ninguém mais para te escutar faz com que todas as minhas palavras percam todo o sentido. E que, apesar de dolorosamente tudo, não é o ponto final. Eu ainda devo seguir em frente, porque são apenas as despedidas. E eu nem ao menos consigo murmurar o meu adeus.

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