a little piece of the heaven
O aroma das rosas vermelhas em um jarro invadiu seu despertar. Sentiu um leve toque de frustração, talvez por estar esperando ansiosamente por esse momento. Era como se estivesse acordando para um sonho que terminaria no fim do dia. Não conseguia respirar, porque parecia que a qualquer momento poderia perder o controle que ela sempre manteve com dificuldade. Quando abriu lentamente os olhos, olhou diretamente para o céu retalhado pela janela de ferro escuro. Era sempre tão difícil se manter ao alcance das coisas que era até doloroso pensar em seus próprios sonhos. Inconsciente ignorou as flores que esperava o seu levantar. Aquilo estava perto demais, era só esticar as mãos e sentiria o toque delicado das pétalas. Havia algo mais, e suas mãos se esticaram para cima. Ela queria algo que não poderia tocar, mas saberia que estaria sempre lá. Como um pequeno pedaço do paraíso. Ou um motivo para a sua respiração. 15 verões passaram rapidamente por sua percepção, e não havia nada mais que ela queria do que se dissipar como rastros de nuvens brancas no azul perfeito. Sem precisar encontrar palavras certas para explicar a si mesmo. Fazer coisas irracionais estava em sua última moda. De algum modo sentia como se algo dentro dela estava se quebrando, como se alguma coisa dentro dela quisesse sair. Mas libertar a garota dentro de si era como desistir de viver. Ela teria que inventar um modo do amadurecimeto coexistir com ela. Esvaziar as gavetas e rasgar as fotografias mentalmente. Libertar os próprios medos para poder voar abaixo da própria pele, nas artérias pulsantes da adrenalina em seu peito. Sair das sombras que a esconderam de si mesmo e abrir as asas para um novo céu em seu próprio pensamento.
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